Era
mais uma aula chata e necessária na faculdade daquela pequena cidade do
interior.
O
sino soou para salvar o dia e afastar o tédio de ficar ali trancado sem a menor
vontade de assistir e ouvir aquela professora falar sobre teorias e teorias.
Foi
o primeiro a sair. Passos firmes em direção ao exterior da sala e não parou,
foi sem olhar dos lados, continuou nos mesmos passos e passou pelo portão, mas
pausou um pouco do seu conflito interior que nada tinha a ver com a aula,
professora ou a faculdade, lembrou e percebeu a falta dos colegas que estavam
na sala.
Costumavam
retornar para casa juntos. Eram a única companhia que lhe fazia bem, pois eles sempre lhe falavam palavras boas que o
confortavam na sua luta.
Esperou
um pouco, meio ansioso, meio agitado, mas não apareceram. Então resolveu entrar
e ver o que estavam fazendo. Procurou e não os encontrou em parte alguma,
perguntou, mas ninguém os viu.
Preocupou-se
e comunicou o diretor da faculdade que apenas achou que seus colegas
provavelmente haviam saído antes dele, mas ele argumentou que não, pois quando
saiu à porta, eles estavam arrumando o material para sair, mas não saíram.
De
nada adiantou procurar, perguntar, reclamar. Eles simplesmente haviam sumido.
A interrogação consumia o seu coração sobre aqueles que... sera? Desistiram de mim?
De rrepente
teve uma idéia e resolveu passar na casa de cada um, mas foi
em vão, todas as casas estavam vazias, não achou uma viva alma.
Então
avistou alguém e saiu em passos rápidos em direção a pessoa, era o Pastor da
única igreja Evangélica daquela cidade, o reconheceu, pois ele já estivera na
faculdade entregando alguns livrinhos do novo testamento e ele viu seus amigos
conversando com ele no intervalo da aula, seus amigos eram membros da igreja e
viviam o convidando para assistir um culto, mas ele nunca aceitou.
Falou
da sua preocupação e perguntou por eles. O Pastor disse que não sabia onde
estavam, não havia visto nenhum deles naquele dia ainda e que precisava ir,
pois tinha que se preparar para ministrar o culto.
Aquele
garoto saiu cabisbaixo, com os olhos vagando no pensamento a respeito do
mistério com relação aos seus amigos, onde estariam?
Sentou-se
na sarjeta da calçada e começou a refletir, sobre tudo o que seus amigos haviam
lhe dito por muito tempo, e ele não dera ouvidos.
Lembrou-se
do que lhe diziam a respeito do amor de Deus por ele, que Jesus se entregou no seu lugar e viria buscar o
seu povo e só iriam aqueles que realmente tivessem entregado sua vida a Ele,
era um tal de arrebatamento...?
Balançou
a cabeça como que se dizendo:
- Sera que eles se foram de verdade? Porque eu
não os ouvi? Porque...?
Então
pediu perdão a Deus e se entregou a Ele. Encostou sua cabeça nos joelhos e chorou, chorou muito. Uma garoa
caia leve e lhe acariciava os cabelos, de repente uma mão suave tocou no seu ombro e sentiu como se alguém o amparasse na sua dor e quando voltou sua face
para avistar quem era, surpreendeu-se com a visão, parou um instante no
olhar fixo e deu um pulo, emudeceu-se por alguns segundos e finalmente disse:
- Onde vocês estavam? Eu procurei por toda
parte.
Então
um deles disse:
- Estávamos tomando um lanche e agora estamos
indo para a igreja.
- Passamos por você na faculdade e te
convidamos para ir ao culto conosco, mas você não disse nada, então resolvemos
não incomoda-lo, você não nos viu?
Aquele
garoto parou, olhou cada um de seus amigos nos olhos e entendeu que se o que ele imaginou
fosse realidade, não teria mais nenhuma chance, então falou:
- Eu
vou a igreja com vocês!
Por: R. Rodrigues