Autoridade Espiritual e Submissão
Introdução
Autoridade Espiritual e Submissão são
características encontradas na sua perfeição no exemplo que o nosso Senhor
Jesus nos deu no seu ministério terreno.
Ele era essencialmente um líder, sem
dúvida, um servo, e nós somos comissionados por Ele, como igreja, para exercer
tão excelente chamado.In his personality, Jesus displayed both characteristics.
Autoridade
Espiritual
A palavra “autoridade”, do grego,
“ecsusia”, literalmente significa:
·
Direito de governar, poder, jurisdição, autorização, potestade,
império, soberania.
Refere-se ao direito e poder para
estabelecer, determinar e governar, por causa de uma posição e um titulo
superior delegado por Deus.
Autoridade Espiritual está relacionada
diretamente a obediência a Deus, pois o Senhor age a partir do seu trono que
está estabelecido sobre a autoridade da sua Palavra.
Deus é a fonte de toda autoridade, isso significa que a autoridade
que há no mundo provém de Deus.
Ninguém tem autoridade; Deus é quem a concede, por isso o homem
não tem autoridade direta, mas sim autoridade delegada.
No entanto, só obedecerá à autoridade que Deus delegou aquele que
reconhece e se submete à autoridade do próprio Deus. Por isso é preciso ter o
entendimento de que quando um homem obedece à autoridade de outro homem, está
se submetendo à autoridade de Deus.
Princípio Divino
”Ele, que é o resplendor da glória
e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu
poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da
Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou
mais excelente nome do que eles”. (Hb 1.3-4)
Nada sobrepuja a autoridade de Deus. Logo, é
indispensável, para todo aquele que deseja cooperar com o Senhor, conhecer a
autoridade de Deus através da obediência.
"Tem porventura o Senhor tanto prazer em
holocausto e sacrifícios quanto em que se obedeça a sua palavra? Eis que o
obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de
carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é
como idolatria e culto a ídolos do lar." (1Sm 15.22-23a)
Diante disso, rejeitar uma ordem de Deus é o mesmo
que ir contra o próprio Deus.
No Reino de Deus está implícita a dependência de
Deus e Sua palavra, sendo-lhe completamente submisso.
Jesus conhece o problema principal do homem: a sua
independência e nessa está implícita a rebeldia.
O evangelho do reino ataca a causa, levando o
homem à dependência do Senhor e a torná-lo salvo e regenerado.
Princípio Satânico
”A soberba precede a ruína, e a
altivez do espírito, a queda.” (Pv 16.18)
Quando o arcanjo tentou usurpar a autoridade de
Deus transformou-se em anjo caído (satanás).
Foi a rebeldia que provocou a sua queda.
”Como caíste do céu, ó estrela da
manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as
nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus
exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades
do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.
Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do
abismo.” (Is 14.12-15)
”Perfeito eras nos teus caminhos,
desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti. Na
multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e
pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei
perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras.
Elevou-se o teu coração por causa da
tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor;
lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem.” (Ez
28.15-17)
Não podemos dar espaço para rebeldia em nossa
vida, como satanás deu, como Adão e Eva deram. Temos que viver em santidade,
assim como Jesus, que sempre viveu para agradar ao Pai e em tudo lhe ser
submisso.
Jesus obedeceu ao Pai, por isso
venceu, e se somos obedientes a Deus, vencemos com Ele.
”Tende em vós o mesmo sentimento
que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não
julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou,
assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido
em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e
morte de cruz”. (Fl 2.5-8)
Infelizmente muitos andam nesse
princípio satânico existente no mundo, o homem se opõe à autoridade espiritual,
seja ela direta, isto é, ao Senhor, seja ela delegada, isto é, aos homens.
O homem tornou-se “filho da
desobediência”.
”Ele vos deu vida, estando vós
mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o
curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora
atua nos filhos da desobediência.“(Efésios 2.1-2).
Autoridade Delegada
”Todo homem esteja sujeito às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas.” (Rm 13.1)
O princípio de autoridade delegada é que rege todas
as relações entre os homens, bem como com Deus. Este é um princípio de ordem.
Na Trindade vemos que o Pai é igual ao Filho, que
é igual ao Espírito Santo. Na essência os três são iguais. Todavia, o Pai, o
Filho e o Espírito Santo são diferentes nas funções.
O Pai enviou o Filho (Jo 4.34).
O Filho foi obediente ao Pai (Jo 8.29).
O Filho enviou o Espírito Santo (Jo 15,26;14.26).
O Espírito Santo é obediente ao Filho (Jo
16.12-15).
Temos que numa família o pai é igual a mãe, que é
igual aos filhos.
Ocorre que na família, o pai é o cabeça e a mãe a
ajudadora. Eles são iguais, têm o mesmo valor para o Senhor, mas têm funções
diferentes.
Há uma tendência de se pensar que se submeter é
ser inferior. Jesus nunca foi inferior ou menor que o Pai pelo simples fato de
lhe ser submisso.
”Pelo que também Deus o exaltou
sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome ...” (Fp 2.9)
Todo discípulo de Jesus, onde estiver, procura
saber quem é a autoridade, para a ela se submeter. Não há espaço para aquele
que aparenta espiritualidade, mas esconde uma grande rebelião e que traz muito
dano ao corpo de Cristo.
Autoridades Delegadas na Igreja
A igreja de Cristo é governada por Cristo e, não,
pelo povo. Não existe democracia na igreja, porque a igreja não é do povo, é de
Deus.
O que existe é a teocracia: o governo de Deus
através de suas autoridades delegadas.
Submissão
Submissão é um principio de Deus onde prestamos
obediência inteligente a uma autoridade delegada. É exteriorizar um espírito
submisso, mesmo quando ninguém está por perto. É renunciar à opinião própria
quando se opõe à orientação daqueles que exercem autoridade sobre nós.
A palavra de Deus nos diz que devemos
nos submeter à autoridade. No entanto, é preciso distinguir entre submissão e
obediência.
A submissão é absoluta; obedecer a
ordens é relativo, somente quando estas não são contrárias às ordens do Senhor
Jesus e sua Palavra.
Por exemplo: Quando os apóstolos foram
presos e proibidos de pregar o evangelho, Pedro e os irmãos afirmaram:“Antes
importa obedecer a Deus do que aos homens”(Atos 5.29 ).
Mais do que carregar a cruz, servir, pregar,
ministrar louvor, trazer ofertas, ou negar-se a si mesmo. O que mais agrada o
coração de Deus é que O obedeçamos.
Obedecer a uma liderança não significa bajular ou
tomar por um interesse próprio. Deus vê a intenção do coração. (carência,
interesse ou serviço em amor?).
Sem obedecer jamais chegaremos ao alvo. Nem
estaremos sendo cooperadores do Senhor. Se alguém é independente, rebelde, não
é membro do corpo, pois sendo membro será sempre dependente, submisso.
Como pode um membro subsistir no corpo se não se
submeter às ordens da cabeça?
Assim também nós não podemos subsistir no corpo de
Cristo se não formos sujeitos as autoridades delegadas.
Quando uma mulher não se submete ao seu marido, ou
quando um filho não obedece ao seu pai, ou quando o empregado não acata a ordem
de seu chefe, ou quando o discípulo não se submete aos autoridades, é porque
estão cheios de si mesmos.
Quem está cheio de Cristo está cheio de obediência.
O evangelho do reino aniquila com a independência do homem, bem como com a
rebeldia: faz do homem um Ser submisso.
Os Frutos da sujeição
Quando o homem vive no princípio de submissão às
autoridades delegadas por Deus, ele desfruta de benefícios desejados por todos
os homens, a saber:
·
Paz,
ordem e harmonia no corpo de Cristo; edificação e formação de vidas;
·
Unidade
e saúde na igreja; cobertura e proteção espiritual.
Estar Sob Autoridade Realça a
Personalidade
Ser submisso não aniquila a personalidade de
ninguém. Pelo contrário, realça a vida de qualquer um. Cristo foi o tempo todo
submisso, humilde, sempre servindo. E o que ocorreu com Ele? Jesus Cristo
recebeu o nome que está acima de todo nome (Fp 2.9).
"As palavras que vos digo não vos digo por
mim mesmo" (Jo
14.10).
Os escribas eram "papagaios", mas Jesus
tinha autoridade porque estava sob a autoridade do Pai (Mc 1.22).
A autoridade que tinha para perdoar os pecados
vinha da submissão ao Pai (Mc 2.10).
A autoridade dinâmica que Jesus teve extrapolou as
tradições. Teve coragem para isto, porque estava sempre sob a autoridade do Pai
(ex.: os cambistas no templo, Jo 2.13-16).
Deus quer uma família de muitos filhos semelhantes
a Jesus, por isso nos coloca a todos sob o seu princípio de Autoridade e Submissão.
Aleluia!
Qual é o Propósito da
Autoridade na Igreja?
Para cumprir a grande comissão: "Ide,
fazei discípulos…" (Mt 28.19-20).
A autoridade está para ensinar, educar na justiça,
instar, aconselhar, ordenar, corrigir, consolar, exortar, disciplinar, animar e
abençoar (2Tm 2.2; 3.14-17; 4.1-4; Tt 2.11-15; 3.8-11).
Ser Autoridade Delegada Por
Deus
Somente aquele que está sob autoridade na igreja
poderá receber autoridade. Não é possível ser autoridade e ser independente. O
exemplo é o que respalda a autoridade.
No mundo, "os governadores dos povos os
dominam" e "os maiorais exercem autoridades sobre eles" (Mt
20.25). Além do mais, são sempre servidos.
No Reino de Deus, paradoxalmente, é bem diferente:
a autoridade é para servir.
"Não é assim entre vós; pelo
contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e
quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo..." (Mt 20.26-27)
A motivação da autoridade deve ser sempre o
serviço. Não podemos usar a autoridade que recebemos em benefício próprio.
Conclusão
O princípio da autoridade deve ser respeitado e
vivido cotidianamente, pois é um princípio de Deus que, praticado, é uma
bênção.
Abandonado, não respeitado, poderá redundar em
maldição. Davi, submisso à autoridade de Deus, foi, por Ele, considerado o
homem segundo o seu coração. Foi uma bênção.
” E ele mesmo concedeu uns para
apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho
do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais
sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem
ao erro.” (Ef 4.11-14)
Material de apoio
Livro: Autoridade Espiritual - Autor: Watchman Nee
Livro: Perfil de três reis - Autor:
Gene Edwards
Por: R.
Rodrigues