Palavra Perene

sábado, 22 de outubro de 2016

SENZALA DE FERRO

Todo dia a mesma mesmice rotina do dia novo.
O leitor digital grita a luz da foto do velho crachá.
Registro do numero humano no sistema desumano.
O tempo passou sem se ver que o espelho mudou,
A moldura desbotou, o conteúdo esta mais enrugado.
Os mesmos fazendo o mesmo ao mesmo tempo,
“Olha o que eu fiz chefe...!!!” e só fez bajular.
Transferências de culpas para o incompetente crescer,
Crescem como ervas daninhas matando o trigo saldável.
Diminui a verdade dos corações corroídos e doídos.
Que sistema é esse que mata a justa meritocracia?
A injustiça colocou a coroa e sentou no trono da indiferença,
Reis medíocres, crianças grandes brincando com fogo,
Queimam e vão se queimar um dia, naquele dia do fim.
O reino perece diante do comércio de pessoas.
A senzala de ferro esconde o estalo dos chicotes,
Capatazes se iludem mirando o alvo errado,
A fabrica tem grandes portões, mas não são os celestiais.
Venderam a inteligência em troca de dinheiro barato,
Mas os senhores feudais modernos querem sangue.
Quem manda aqui afinal? E quem desmanda...
O cansaço e as doenças querem moram comigo,
A dor me alcança quando vejo a falsidade dos corações.
Mas nada faz sentido para os que não tem sentido.
Outro dia me perguntaram...? Onde está o teu Deus?
Ele está onde sempre esteve, no meu coração e isso basta.
Como diz o filme...
Sabe por que eu não desisto?
Por que disseram que eu não ia conseguir!
Os patrões estão matando o nosso povo lentamente,
A profecia se cumpriu e estão fazendo comercio de nós.
Mas toda planta dá o seu fruto, seja o que for, será.
O que é que você vai colher amanhã? Haverá amanhã?
Tudo que há embaixo do sol perecera para sempre.
Eu só quero trabalhar em paz e voltar pra casa feliz,
Abraçar a minha família e adorar o meu Senhor Jesus,
Levar uma boa nova para o que esta perdido no mundo,
Todo o resto é palha e vai queimar no lago de fogo.
Por qual portão você vai entrar?


- por: rih rodrigues

sábado, 15 de outubro de 2016

O SUSTO

O céu mudou de cor e fechou a cara pra mim
Cinzentou a vida, tão terrível, de parecer o fim
Já não sabia mais onde estava e de onde vim
O choro se mudou para os meus olhos sim

Como entender o mal que na casa se instalou
Frio que a quentura do meu coração roubou
Flechas doloridas que no meu corpo encravou
A vida pelos dedos num momento de horror

O que era aquilo que vinha para me derrubar?
Como manter a sanidade com o vento a soprar?
Todos os tipos de inimigos vieram me cercar
Comecei realmente na minha angustia definhar

Clamei ao meu Senhor e a voz não veio
O ciclone rodava violento e eu no meio
A alma queria dizer de pronto, já não creio
Prostrei-me esperando o fim que não veio

Um raio de sol acariciou a minha face no chão
A voz suave veio enfim alcançar o meu coração
Vi seus pés chegando e Ele me pegou pela mão
Me olhou nos olhos e já não tinha mais furação

Não há, inclusive eu, no mundo sequer um justo
Mas por mais que o meu inimigo fosse robusto
Eu lutaria com ele até o fim a qualquer custo
Para não perder a Tua presença... que susto!


-por: rih rodrigues